Interfaces entre Tecnologia e Linguagem: Gêneros Textuais Digitais
VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa ; RIBEIRO, S. R. O. . Interfaces entre Tecnologia e Linguagem: gêneros textuais digitais. Revista UNIABEU, v. 8, p. 334, 2015. Acesse o artigo aqui!
RESUMO: Os computadores foram vistos por muito tempo essencialmente como ferramentas de processamento de dados. A internet, no entanto, contribuiu para a transformação do computador e outros dispositivos digitais em ferramentas de comunicação. Os avanços tecnológicos, especialmente aqueles que permitem trocam comunicativas entre os usuários, demandaram a emergência e o desenvolvimento de gêneros textuais digitais. Este trabalho apresenta reflexões teóricas sobre as relações entre tecnologia e linguagem, com o foco nos gêneros digitais.
Palavras Chave: tecnologia, linguagem, gêneros digitais, letramentos
Interfaces between technology and language: digital textual genres
ABSTRACT: Computers were primarily seen for some time as a data processing tool. Internet, however, contributed to expand its uses, turning the computer and other digital devices in communication tools. Technological advances, specifically those that allow communicative exchanges between users, also would require the emergence and development of digital genres. This paper presents theoretical reflections on the relationship of technology and language, with a focus on digital genre.
Keywords: technology, language, digital genre, literacies
Os gêneros textuais podem ser objetivamente definidos como formas sociocomunicativas orais e escritas relativamente estáveis (BAKTHIN, 2011). Exemplos de gêneros textuais de uso frequente incluem carta, bilhete, carta, resumo, tirinha, palestra, entrevista… (KOCH e ELIAS, 2008; MARCHUSCHI, 2008). Autores apontam que não é possível haver comunicação sem o emprego de gêneros textuais (BAKHTIN, 2011; MARCUSHI, 2010; KOCH, 2011). Marchuschi (2008, p. 154) afirma que toda a manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados por algum gênero”. O autor ainda aponta claramente que “Quando dominamos um gênero textual, não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares” (p.154).
Para Bazerman (2009), gêneros não são somente formas textuais, mas também formas de vida e de ação. O autor compreende o conceito de gêneros como “fenômenos de reconhecimento psicossocial” (2009, p. 31), construídos e organizados dentro da dinâmica da sociedade. Seus estudos se propõem a enfatizar instrumentos conceituais e analíticos acerca da incidência do texto na sociedade, sejam textos escritos ou não.