Privacidade e segurança na internet e em dispositivos
Com certa frequência, vários sites especializados em tecnologia abordam um tema complexo e controverso: privacidade, na internet e nos dispositivos. Notícias de softwares e dispositivos que coletam informações dos usuários sem o conhecimento destes são publicadas em jornais, revistas e portais.
Alguns alegam que perdemos gradualmente a nossa privacidade e que já deveríamos estar acostumados a isto. Outros dizem que a perda da privacidade é o “custo” de serviços online gratuitos.
Na verdade, o tema precisa de uma ampla discussão e, possivelmente, de legislação que proteja os usuários. Há diferentes possíveis compreensões para este termo “privacidade”, algumas vezes sendo “confundido” com anonimato ou invisibilidade. Não são a mesma coisa obviamente.
Vejamos um exemplo do mundo offline. Não é agradável receber ligações telefônicas de empresas que compram ou recebem (como parceiros de outras empresas) nossos dados. Alguns dias isto pode ser extremamente invasivo, chato e desagradável, dificultando trabalho, repouso ou lazer. Você recebe uma ligação oferecendo um serviço que você não pediu e você ainda precisa “justificar” ou “pedir desculpa” por não aceitar ou ter interesse no que é proposto. Isto é muito comum com TV por assinatura, empresas de telefonia, cartões de crédito, assinaturas, entre outros produtos. Certamente você já se perguntou como essas pessoas descobrem os seus dados, que muitas vezes não são poucos.
O SPAM, e-mail indesejado com propaganda, é muito criticado, havendo acordos para não emissão de SPAM por provedores, empresas… Muitos provedores informam que um site neles hospedado pode ser tirado do ar se o mesmo for responsável por spam.
No caso do SPAM, é bem mais fácil descobrir e-mails ou que programas tentem advinhar endereços de e-mail. Além disso, muitas pessoas “entregam” e-mails de conhecidos e desconhecidos quando encaminham e-mails sem excluir os endereços. Algumas mensagens apresentam centenas de endereços expostos de forma desatenta.
No caso do telefone, uma pessoa liga para a sua casa muitas vezes sabendo o seu nome, entre outras informações. Isto é mais complicado que descobrir e-mails. Logo, é possível considerar que alguém passou dados seus para os contatos telefônicos.
Eu particularmente não aceito nada oferecido por telefone (recebendo a ligação) por achar que isto é muito perigoso. Uma pessoa liga para a sua casa, pede documentos, numero de cartão de crédito, endereço… Quem pode garantir que aquela pessoa representa, de fato, a empresa anunciada. Na mídia, podemos ver várias reportagens sobre golpes por telefone.
As mensagens por SMS são empregadas algumas vezes para golpes. Você recebe um SMS dizendo que foi contemplado em promoção que nunca se inscreveu e que deve entrar em contato com um telefone…
Considerando o crescente uso da internet em diversas práticas sociais, a privacidade merece muita atenção, até mesmo por questões de segurança. É algo que está além de serviços mais “direcionados” ou “propaganda mais eficaz”, como muitas vezes argumentam aqueles que dizem que a maior privacidade é trocada por melhores serviços ou por serviços gratuitos. O preço não seria muito alto?
O usuário deve ser clara e explicitamente avisado e relembrado de questões de privacidade nos serviços online e nos dispositivos como smartphones e tablets. Se a privacidade no mundo offline é uma questão séria, ela também deve ser no mundo online. Mesmo em casos nos quais o usuário envia consciente e voluntariamente dados, os mesmos devem ser mantidos em segurança.
As empresas precisam ser responsáveis pela segurança dos dados e pelos usos que são feitos com estes.
A possivel “invasão” de privacidade (que pode ocorrer em alguns casos) não deve ser o “preço” da gratuidade de serviços ou de serviços mais customizados. A questão deve ser entendida como séria, não apenas na internet, mas nos dispositivos eletrônicos em geral, tais como celulares, smartphones, tablets…
Continuarei esta questão em outro post em breve…