Educação, Tecnologias Digitais e Inovação

Educação online e papéis para professores

Podemos acompanhar facilmente a expansão da educação online nos últimos anos. Isso se dá de diversas formas e diferentes modalidades e níveis educacionais e profissionais, já que não podemos ignorar a educação corporativa, já com uma longa tradição de formação e treinamento profissionais, muitas vezes sob denominações como e-learning e universidades corporativas.

Este cenário crescente, mas não exatamente novo- como há o risco de se pensar- demanda novos campos de atuação e papéis para professores, bem como abre oportunidades de atividades profissionais e apresenta desafios de atualização e formação continuada.

Em artigo sobre a educação digital e competências tecnológicas, aponto que:

 

A educação online ou, de forma mais ampla, a educação digital2, apresenta a necessidade de professores que desempenhem papéis que muitas vezes não lhe são muito familiares, ou que normalmente não são vistos como atribuições suas. Vejamos alguns possíveis papéis para professores na educação online:

1- Professor
2- Professor conteudista
3- Desenhista instrucional (mais comumente chamado de designer instrucional)
4- Desenvolvedor de materiais didáticos
5- Designer de mídias educacionais digitais
6- Coordenador pedagógico
7- Gestor

Os limites entre estes papéis nem sempre são de fácil identificação. Em parte, as dificuldades refletem diferentes compreensões sobre tecnologias, mídias, conteúdos e  materiais didáticos. Em muitos projetos, o professor desempenha vários destes papéis,  planejando cursos, elaborando materiais, lecionando etc.

Na prática, a realidade pode ocorrer de formas bem diversificadas, tanto por necessidade, organização institucional, custos e prazos, entre outros fatores. Em outras palavras, assim como as empresas e instituições educacionais podem necessitar de profissionais especializados neste campo, pode, como ainda parece ser muito comum, que um profissional acumule estas funções, até mesmo com uma formação bastante rápida e básica. No caso da EaD, por exemplo, é comum escutar relatos de profissionais que atuam no segmento de que tiveram treinamentos de poucas horas para que aprendam a usar ambientes virtuais de aprendizagem ou como elaborar materiais didáticos.

No mesmo artigo apontado acima, eu argumento que:

 

 

O ensino online, da mesma forma que o presencial, requer o domínio da competência didática. O professor deve ser capaz de compreender abordagens, métodos, procedimentos e técnicas de ensino, considerando, neste caso, suas características, especificidades e possibilidades. Não se trata de uma “nova” didática, mas de conhecimentos e práticas que contemplem mais diretamente aspectos relacionados ao ensino mediado pela internet, como, por exemplo, a própria compreensão desta modalidade, da sua história e suas características.

Se já estamos acostumados às aulas presenciais, o ensino em contextos digitais ainda é uma novidade para a maioria. Se dominamos com facilidade os recursos e as formas de interação em salas de aulas presenciais, o mesmo não é verdade para as salas de aula virtuais.
Logo, podemos informalmente considerar que, na maioria das vezes, não temos “instintos básicos” para a interação e para a estudo online. Em outras palavras, a educação presencial nos remete à tradição, à uma cultura intensamente enraizada e, por consequência, algo já conhecido, compreendido e dominado. No entanto, o ensino online oferece geralmente a sensação de novidade, inovação e desafio, e , por vezes, incertezas e inseguranças.

Quer saber mais? Acesse o artigo completo:

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Tecnologia e educação: introdução à competência tecnológica para o ensino online. Revista e-scrita: revista do curso de Letras da UNIABEU, v. 2, p. 113-122, 2011.