Educação, Tecnologias Digitais e Inovação

Cultura Digital

Direitos Autorais na Cultura Digital

Imagem: Pixabay

Uma grande confusão relacionada à internet se refere aos direitos autorais. O tema , que é bastante complexo no mundo offline é ainda mais delicado na internet. A questão pode, entre outros aspectos, envolver a questão da autoria, o plágio, os direitos finaceiros decorrentes dos trabalhos e obras (chamados muitas vezes de direitos patrimoniais do autor ), licenças de usos (de softwares, serviços, vídeos, imagens…) os termos de uso e as limitações…

No que se refere ao plágio, alguns mecanismos de busca tentam identificá-los e “punir” os sites com queda de posicionamento em buscas. Além da questão de conteúdos copiados ou levemente adaptados, alguns usam tais conteúdos para acumular visitas ou views e lucrar. Assim, não se trata apenas de reproduzir conteúdos sem autorização ou citações ou referências aos autores, mas de ter fim de lucro com esta prática, seja por remuneração por anúncios nas páginas ou por gerar acesso e vender serviços, tanto no mundo online quanto no off-line.

Para dificultar a cópia de conteúdos, há scripts, extensões e plugins que tentam dificultar que textos e imagens sejam copiadas de sites e blogs. Estas, no entanto, não podem garantir completamente que um conteúdo seja copiado.

As licenças de uso devem ser observadas com bastante atenção para evitar possíveis problemas jurídicos. Há sites que indicam as suas políticas de direitos autorais. Copyright, Copyleft, Creative Commons, Domínio Público, Fair Play são alguns termos e conceitos que emergem neste contexto, influenciados por legislações e culturas diferentes.

Ao contrário do que muitos pensam, a internet não está isenta de direitos autorais. Trata-se, na verdade, de um mito. Também é importante salientar que a proteção dos direitos autorais não depende diretamente do registro dos conteúdos. Em outras palavras, não é obrigatório que um autor registre os seus conteúdos publicados em um site para que ele esteja protegido pela lei de direitos autorais (LDA). No entanto, o registro pode ser muito importante para ajudar a definir questões de autorias e direitos, até mesmo por facilitar identificar a antecedência da criação.

A verdade é que a questão é bastante complexa, polêmica e confusa. Em alguns casos, parece haver um desconforto falar sobre isso. Além disso, surgem mitos que algumas vezes são passados de uma pessoa para outra, como interpretações ou liberdades dos direitos autorais e que acabam por parecer ter algum suporte.

A lei precisa contemplar com clareza questões relacionadas às novas Tecnologias de Informação e Comunicação.

No caso do ensino e da pesquisa, aspectos relacionados à educação e divulgação acadêmica e científica também devem ser tratados com objetividade. O desconhecimento da lei não desobriga alguém de obedecê-la, mas os mitos e distorções podem contribuir para que pessoas desrespeitem os direitos autorais, confiantes de que não estão fazendo nada errado.

No campo da Educação a Distância, a preocupação com direitos autorais também requer grande atenção. Instituições, conteúdistas, designers instrucionais, professores, entre outros autores, devem ter em mente que cuidados com direitos autorais são necessários. Carmem Maia e João Mattar tratam brevemente desta questão no livro ABC da EaD. Podemos questionar se o crescimento na procura por conteudistas vem acompanhado por orientações básicas sobre direitos autorais. Caso contrário, poderemos presenciar nos próximos anos uma grande quantidade de processos e questionamentos autorais.

Para ajudar a entender um pouco melhor a questão, apresento alguns links interessantes sobre direitos autorais:

Lei de Direitos Autorais: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm

Site da Consulta Pública sobre Modernização da Lei de Direitos Autorais: http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/

Creative Commons : http://creativecommons.org/

Escritório de Direitos Autorais da Fundação da Biblioteca Nacional: http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=25

Creative Commons BR : http://www.creativecommons.org.br/

Segurança Online: como escolher uma senha

É supreendente ver como ainda há muitos problemas de cultura de segurança e privacidade no uso da internet. Com certa frequência, são divulgadas notícias de vazamento ou roubo de senhas de serviços e portais grandes. No entanto, é grave perceber que muitas pessoas não percebem a importância de práticas seguras na internet e, por exemplo, usam senhas como senha, password, 123456…

Em muitos casos, há um desconhecimento dos riscos da entrada não autorizada em serviços em sites online. Em aulas, treinamentos e palestras, já encontrei algumas “justificativas” recorrentes: “não tenho nada importante ou a esconder”; “se eu escolher uma senha difícil, eu vou me esquecer”, “eu repito as senhas por praticidade”…

A repetição de senhas em muitos serviços já é, sem dúvida, um erro potencial. No entanto, a escolha de senhas “previsíveis”, curtas, fáceis e até padronizadas pode causar transtornos bem sérios e muita dor de cabeça. Não se pode esquecer que o e-mail é a porta de recuperação de acesso a muitos serviços online e até para outros serviços.

Dessa forma, escolher senhas mais “seguras” é um procedimento que contribui para a segurança online.

Algumas dicas em geral para senhas seguras:

  • Escolha senhas longas e complexas- Combine maiúsculas com mínúsculas, números e caracteres como @ # !  – A quantidade de caracteres pode ser limitada pelo serviço. Uma importante empresa do mundo da tecnologia, por exemplo, costuma limitar a 16 caracteres.
  • Não compartilhe senhas com terceiros – Se em caso excepcional isto for necessário, altere a senha logo que possível.
  • Evite que navegadores memorize senhas – Apesar de prático os danos aumentam inclusive se precisar enviar para a assistência técnica.
    Até mesmo, sem querer, um visitante ou usuário eventual do seu computador poderá entrar em serviços online.
  • Interconectar serviços aumenta os riscos – Utilizar a senha de um serviço de forma a concetar outros é prático, mas bastante arriscado, já que uma invasão pode abrir portas de muitas contas e perfis.
  • Não use uma senha curta. Senhas com 10 ou mais caracteres são mais difíceis de serem memorizadas por “observadores”.
  • Cuidado onde você digita senhas. Câmeras, inclusive de seguranças, podem registrar a sua digitação.
  • Evite repetir a mesma senha para diferentes serviços, sites e contas.

Muitos serviços solicitam e-mail e senha no primeiro momento de criação de uma conta. Não use a senha do e-mail na criação. A senha solicitada é a que pretende usar no serviço. Embora possa parecer evidente, muitas pessoas comentem este erro.

 

 

Educação online e papéis para professores

Podemos acompanhar facilmente a expansão da educação online nos últimos anos. Isso se dá de diversas formas e diferentes modalidades e níveis educacionais e profissionais, já que não podemos ignorar a educação corporativa, já com uma longa tradição de formação e treinamento profissionais, muitas vezes sob denominações como e-learning e universidades corporativas.

Este cenário crescente, mas não exatamente novo- como há o risco de se pensar- demanda novos campos de atuação e papéis para professores, bem como abre oportunidades de atividades profissionais e apresenta desafios de atualização e formação continuada.

Em artigo sobre a educação digital e competências tecnológicas, aponto que:

 

A educação online ou, de forma mais ampla, a educação digital2, apresenta a necessidade de professores que desempenhem papéis que muitas vezes não lhe são muito familiares, ou que normalmente não são vistos como atribuições suas. Vejamos alguns possíveis papéis para professores na educação online:

1- Professor
2- Professor conteudista
3- Desenhista instrucional (mais comumente chamado de designer instrucional)
4- Desenvolvedor de materiais didáticos
5- Designer de mídias educacionais digitais
6- Coordenador pedagógico
7- Gestor

Os limites entre estes papéis nem sempre são de fácil identificação. Em parte, as dificuldades refletem diferentes compreensões sobre tecnologias, mídias, conteúdos e  materiais didáticos. Em muitos projetos, o professor desempenha vários destes papéis,  planejando cursos, elaborando materiais, lecionando etc.

Na prática, a realidade pode ocorrer de formas bem diversificadas, tanto por necessidade, organização institucional, custos e prazos, entre outros fatores. Em outras palavras, assim como as empresas e instituições educacionais podem necessitar de profissionais especializados neste campo, pode, como ainda parece ser muito comum, que um profissional acumule estas funções, até mesmo com uma formação bastante rápida e básica. No caso da EaD, por exemplo, é comum escutar relatos de profissionais que atuam no segmento de que tiveram treinamentos de poucas horas para que aprendam a usar ambientes virtuais de aprendizagem ou como elaborar materiais didáticos.

No mesmo artigo apontado acima, eu argumento que:

 

 

O ensino online, da mesma forma que o presencial, requer o domínio da competência didática. O professor deve ser capaz de compreender abordagens, métodos, procedimentos e técnicas de ensino, considerando, neste caso, suas características, especificidades e possibilidades. Não se trata de uma “nova” didática, mas de conhecimentos e práticas que contemplem mais diretamente aspectos relacionados ao ensino mediado pela internet, como, por exemplo, a própria compreensão desta modalidade, da sua história e suas características.

Se já estamos acostumados às aulas presenciais, o ensino em contextos digitais ainda é uma novidade para a maioria. Se dominamos com facilidade os recursos e as formas de interação em salas de aulas presenciais, o mesmo não é verdade para as salas de aula virtuais.
Logo, podemos informalmente considerar que, na maioria das vezes, não temos “instintos básicos” para a interação e para a estudo online. Em outras palavras, a educação presencial nos remete à tradição, à uma cultura intensamente enraizada e, por consequência, algo já conhecido, compreendido e dominado. No entanto, o ensino online oferece geralmente a sensação de novidade, inovação e desafio, e , por vezes, incertezas e inseguranças.

Quer saber mais? Acesse o artigo completo:

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Tecnologia e educação: introdução à competência tecnológica para o ensino online. Revista e-scrita: revista do curso de Letras da UNIABEU, v. 2, p. 113-122, 2011.  

O que é um domínio de internet? Questões de escolha, registro e identidade

Um domínio de internet é composto por um nome, seguido de um sufixo e a identificação de nacionalidade, em muitos casos.

Vejamos um exemplo: nomedoseusite.com.br O .com é chamado de sufixo. A quantidade de sufixos é bastante limitada. Os mais comuns são: com, net, org, info. Há aqueles ligados à ocupações e profissões: pro (professor), mus (música) e adv (advogado), por exemplo. Br é indicação do país.

A regra de registro em geral é bem simples: quem registrar primeiro leva. Com isso, nenhuma empresa tem por princípio um domínio assegurado. Por este motivo, muitas empresas, até mesmo antes da sua abertura, tem domínios possíveis registrados.

Por motivos variados, inclusive, segurança algumas empresas e marcar registram diversos domínios semelhantes com o mesmo ou outros sufixos.

Os sites filologia.org.br e filologia.com.br são sites diferentes. A confusão na memorização entre eles leva o usuário ao site errado. Adicionar ou esquecer um .br pode gerar a outro site. Logicamente, algumas empresas registram as variantes: www.yahoo.com e www.yahoo.com.br , por exemplo.

Para pessoas físicas e pequenas empresas, a medida não é tão simples, por causa dos custos (registro e renovações anuais).
Alguns sufixos são de uso limitados, só podendo ser registrados por instituições, empresas de áreas específicas e governos. Exemplos: mil (militar), edu (para universidades), gov (governo).

O domínio .com.br atualmente pode ser registrado por qualquer pessoa com CPF. Não há mais a necessidade de CNPJ. Também não é preciso ter uma organização, fundação, ou ONG para registrar um site com sufixo org. Basta ter um CPF.

Um alerta importante: os domínios bons (fáceis de memorizar e digitar) estão cada vez mais difíceis. Muitos estão registrados por empresas e pessoas para venda e leilões. Neste caso, há uma “especulação” sobre os domínios.

O registro de um domínio tem validade de um ano. Assim, o domínio precisa ser renovado anualmente. Caso isto não ocorra, o domínio passa por alguns estágios até que ele fique disponível novamente para registro. Se o domínio não for renovado, o normal é que o usuário não consiga mais acessar o site. O site, é bom deixar claro, não é apagado. Apenas não é mais localizado por aquele domínio.

O registro deve ser feito com empresa séria para evitar riscos de problemas para comprovação de propriedade e transferência entre provedores. O domínio não pode ficar “preso” a este ou aquela empresa ou prestador de serviço. Há algumas normas para a transferência de domínios entre provedores.

O domínio pode ser registrado antes do desenvolvimento do site. No entanto, alguns cuidados são necessários, já que há períodos de “carência” para transferência de domínios. Em termos práticos, um domínio não deve ser registrado por um provedor para que em seguida ele seja transferido para outro. Há empresas que gerenciam os domínios, independente do provedor onde o site será hospedado.
Informe-se bem antes de escolher um provedor. Busque notícias, referências e avaliações sobre os serviços dos provedores.

Segurança e privacidade na cultura digital: ambientes e dispositivos

Com certa frequência, vários sites especializados em tecnologia abordam um tema complexo e controverso: privacidade, na internet e nos dispositivos.  Notícias de softwares e dispositivos que coletam informações dos usuários sem o conhecimento destes são publicadas em jornais, revistas e portais.

Alguns alegam que perdemos gradualmente a nossa privacidade e que já deveríamos estar acostumados a isto. Outros dizem que a perda da privacidade é o “custo” de serviços online gratuitos.

Na verdade, o tema precisa de uma ampla discussão e, possivelmente, de legislação que proteja os usuários. Há diferentes possíveis compreensões para este termo “privacidade”, algumas vezes sendo “confundido” com anonimato ou invisibilidade. Não são a mesma coisa obviamente.

Vejamos um exemplo do mundo offline. Não é agradável receber ligações telefônicas de empresas que compram ou recebem (como parceiros de outras empresas) nossos dados. Alguns dias isto pode ser extremamente invasivo, chato e desagradável, dificultando trabalho, repouso ou lazer. Você recebe uma ligação oferecendo um serviço que você não pediu e você ainda precisa “justificar” ou “pedir desculpa” por não aceitar ou ter interesse no que é proposto. Isto é muito comum com TV por assinatura, empresas de telefonia, cartões de crédito, assinaturas, entre outros produtos. Certamente você já se perguntou como essas pessoas descobrem os seus dados, que muitas vezes não são poucos.

O SPAM, e-mail indesejado com propaganda, é muito criticado, havendo acordos para não emissão de SPAM por provedores, empresas… Muitos provedores informam que um site neles hospedado pode ser tirado do ar se o mesmo for responsável por spam.

No caso do SPAM, é bem mais fácil descobrir e-mails ou que programas tentem adivinhar endereços de e-mail. Além disso, muitas pessoas “entregam” e-mails de conhecidos e desconhecidos quando encaminham e-mails sem excluir os endereços. Algumas mensagens apresentam centenas de endereços expostos de forma desatenta.

No caso do telefone, uma pessoa liga para a sua casa muitas vezes sabendo o seu nome, entre outras informações. Isto é mais complicado que descobrir e-mails. Logo, é possível considerar que alguém passou dados seus para os contatos telefônicos.

Eu particularmente não aceito nada oferecido por telefone (recebendo a ligação) por achar que isto é muito perigoso. Uma pessoa liga para a sua casa, pede documentos, numero de cartão de crédito, endereço… Quem pode garantir que aquela pessoa representa, de fato, a empresa anunciada. Na mídia, podemos ver várias reportagens sobre golpes por telefone.

As mensagens por SMS são empregadas algumas vezes para golpes. Você recebe um SMS dizendo que foi contemplado em promoção que nunca se inscreveu e que deve entrar em contato com um telefone…

Considerando o crescente uso da internet em diversas práticas sociais, a privacidade merece muita atenção, até mesmo por questões de segurança. É algo que está além de serviços mais “direcionados” ou “propaganda mais eficaz”, como muitas vezes argumentam aqueles que dizem que a maior privacidade é trocada por melhores serviços ou por serviços gratuitos. O preço não seria muito alto?

O usuário deve ser clara e explicitamente avisado e relembrado de questões de privacidade nos serviços online e nos dispositivos como smartphones e tablets. Se a privacidade no mundo offline é uma questão séria, ela também deve ser no mundo online. Mesmo em casos nos quais o usuário envia consciente e voluntariamente dados, os mesmos devem ser mantidos em segurança.

As empresas precisam ser responsáveis pela segurança dos dados e pelos usos que são feitos com estes.

A possível “invasão” de privacidade (que pode ocorrer em alguns casos) não deve ser o “preço” da gratuidade de serviços ou de serviços mais customizados. A questão deve ser entendida como séria, não apenas na internet, mas nos dispositivos eletrônicos em geral, tais como celulares, smartphones, tablets

Continuarei esta questão em outro post em breve…

Privacidade e segurança digitais

Considerando o crescente uso da internet em diversas práticas sociais, a privacidade merece muita atenção, até mesmo por questões de segurança (online e offline). É algo que está além de serviços mais “direcionados” ou “propaganda mais eficaz”, como muitas vezes argumentam aqueles que dizem que a maior privacidade é trocada por serviços melhores ou gratuitos. O preço não seria muito alto?

O usuário deve ser clara e explicitamente avisado e relembrado de questões de privacidade nos serviços online e nos dispositivos como smartphones e tablets. Se a privacidade no mundo offline é uma questão séria, ela também deve ser no mundo online. Mesmo em casos nos quais o usuário envia consciente e voluntariamente dados, estes dados devem ser mantidos em segurança.

Se o mundo offline tem diversas formas de sigilos assegurados tais como sigilo de correspondência, sigilo profissional, sigilo bancário, sigilo telefônico, entre outros possíveis, o mundo online ficaria isento de proteção à privacidade?

As empresas – online e offline – precisam ser responsabilizadas pela segurança dos dados e pelos usos que são feitos com estes.

Em síntese, o nível de privacidade deve ser avaliado e autorizado pelo usuário. Desta forma, as pessoas poderiam escolher o nível de exposição e privacidade que desejam, conforme suas necessidades e seus objetivos.

A “invasão” de privacidade não deve ser o “preço” da gratuidade de serviços ou de serviços mais customizados. Esta resposta parece ser simplista, querendo encerrar uma discussão que deve ser mais profunda e cuidadosa. A questão deve ser entendida como séria, não apenas na internet, mas nos dispositivos eletrônicos em geral, tais como celulares, smartphones, tablets…

Práticas sociais comuns são baseadas em permissões e escolhas. Se os sigilos telefônico, de correspondência, bancário, entre outros, são importantes, na vida online a privacidade não seria importante? Quando uma pessoa publica um post, um tweet, uma foto, um video, ela deve saber está tornando público este conteúdo (o nível de visibilidade depende de uma série de fatores – até mesmo de configurações).

No entanto, compreende-se, neste caso ,que o usuário está (ou pelo menos deveria estar) consciente disto e capaz de avaliar as consequências e os riscos. Trata-se de uma escolha. Além disso, muitos sistemas e serviços oferecem níveis de acesso, assim alguns conteúdos podem ficar visíveis apenas para amigos ou grupos restritos de pessoa.

A privacidade está intensamente relacionada à segurança – inclusive offline. Este talvez seja um fato que muitas vezes seja ignorado. O cruzamento e a integração de dados podem ampliar significativamente os riscos.

Em breve, retorno ao assunto. Enquanto isto, certamente poderemos encontrar em sites especializados e na mídia em geral notícias questionando a segurança de dados, o vazamento de informações, a vulnerabilidade de sistemas, questionamentos de políticas de privacidade…

A vida privada ainda não entrou em domínio público.

O que é um CMS? Content Management System – Sistema de Gerenciamento de Conteúdos

CMS é a sigla em inglês de Content Management System. Em português, um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo. De uma forma bastante simples ele pode ser definido como um sistema online (um software instalado em um servidor da web) que facilita a criação, publicação e atualização de sites dos mais diferentes tamanhos e para os mais diferentes propósitos. Estes sistemas permitem o desenvolvimento de sites dinâmicos como blogs e portais, principalmente. Os usuários podem ter diferentes papéis atribuídas no sistema e, conforme a função, tem “poderes” diferentes no sistema.

Os dois exemplos de CMS mais populares são o WordPress (tratado neste site), o Joomla e o Drupal. Inicialmente o WordPress era uma plataforma mais voltada para blogs, mas com o passar dos anos, ele foi sendo considerado um poderoso CMS, como o Joomla e o Drupal. O CMS pode ter as suas funcionalidades expandidas por meio de instalações adicionais, geralmente chamadas de extensões, módulos e plug-ins. Estima-se que 30% da internet hoje seja de sites criados com o WordPress. Este site é um feito com o WordPress.

Muitos sites de universidades, ministérios, departamentos de universidades e órgãos do Governo são feitos no Joomla. que é visto como um poderoso sistema para a criação de portais.

Com o sistema instalado no servidor, o usuário pode entrar no sistema e criar conteúdos, modificar a aparência (geralmente por meio de temas e templates), escolher funcionalidades, editar conteúdos, programar a publicação de conteúdos, criar áreas de acesso restrito… O sistema dialoga com um banco de dados e as modificações acontecem em tempo real. A criação ou atualização de um conteúdo pode ser feita de qualquer computador e até de outros dispositivos com acesso a internet. Dessa forma, o usuário não precisa criar páginas separadas, estabelecer links e fazer o upload das páginas, como nos antigos sites estáticos.

Os conteúdos muitas vezes chamados de posts ou artigos são normalmente divididos em seções, categorias, tags…. Os nomes são diferentes de acordo com o CMS. No WordPress, por exemplo, os conteúdos são basicamente organizados em páginas e posts.

De acordo com as funcionalidades ativadas, diferentes áreas do site podem apresentar ferramentas específicas, conteúdos selecionados ou ajudar a navegar no site ou portal. Os CMS ilustrados aqui são gratuitos. O usuário precisa de um servidor web que seja compatível com os requisitos do sistema. A instalação pode ser feita manualmente ou por instaladores de scripts. A maioria dos serviços de hospedagem oferecem ferramentas ou funcionalidades de instalação de sistemas com poucos cliques. Neste caso, geralmente a pessoa define o endereço do site, nome, uma breve descrição, um tema ou template (que sempre pode ser mudados), um nome de usuário e um login. Com o sistema instalado, o usuário entra no painel de controle e começa a criar seu site.

As vantagens do CMS são muitas. Praticamente quase não há mais motivos de não usar um, principalmente se o site for ter muitas “páginas” e quiser atribuir funcionalidades especiais sem precisar programar ou contratar um profissional para isso.

Muitos servidores de hospedagem oferecem bons serviços por menos de R$30,00 mensais. É necessário avaliar as necessidades e as características da hospedagem. Os preços das hospedagens e as formas de hospedagem indicada mudam conforme as funcionalidades necessárias, o volume de visitação, o espaço de armazenamento necessários… No entanto, para a maioria dos usuários planos de hospedagem simples dão conta do recado com uma boa margem de segurança.

Web 2.0: Participação, Interação e Plataformas

O termo web 2.0 se popularizou bastante nos últimos 10 anos, como o que pode ser considerado um dos principais conceitos ligados à cultura digital. A denominação é algumas vezes confundida com a tecnologia de acesso a internet. No entanto, a numeração 2.0, que faz analogia a uma forma hoje pouco comum em nomes de versões de softwares, indica uma mudança nas formas de participação, acesso e uso. Em artigos e capítulos de livros, já discuti que a banda larga contribuiu significativamente para a mudança nas formas de comunicação, interação, produção e compartilhamento de conteúdos, mas não é a banda larga, por si só, que caracteriza a web 2.0.

A web 2.0 marca um reconhecimento de uma participação ativa, mais constante e em novos papeis para os usuários da internet. É comum encontrar a comparação de que na web 1.0, o usuário era uma espécie de leitor e consumidor de informação, com papéis reduzidos na produção, compartilhamento de conteúdos. Por outro lado, o a web 2.0 é marcada por um usuário que interage intensamente, permanece bastante tempo online, produz conteúdos, compartilha informações, arquivos e conteúdos e tem um papel bastante ativo.

Em termos tecnológicos, a web 2.0 é marcada por um numero crescente de sites dinâmicos, serviços, computação nas nuvens, aplicativos e plataformas nos mais diversos campos.

Considerando questões de participação, o usuário tem uma participação quase permanente na internet. Ele produz conteúdo, interagem em grupos e redes sociais, comenta notícias em tempo real, tem acesso a múltiplas fontes de informação e influencia essas fontes de informação e faz a grande engrenagem da rede girar.

São serviços comuns da web 2.0:

  •  Redes sociais
  •  Sites de compartilhamento
  •  Plataformas diversificadas, inclusive de ensino aprendizagem
  •  Computação nas nuvens
  •  Aplicativos online (que também podem ser entendidos como parte computação nas nuvens)
  •  Comunidades virtuais
  •  Serviços de compartilhamento de arquivos e conteúdos
  •  Sistemas de inteligência coletiva
  •  Blogs e Fóruns

Se pensarmos em comportamentos, é possível apontar:

  •  Forte participação em interações e comunicações na internet
  •  Ampliação da comunicação de muitos para muitos
  •  Debate em tempo real de situações, notícias, temas atuais
  •  Maior tempo de permanência online
  • a web passa a ser um espaço para manifestação de vozes, interesses, críticas sociais, criação de conteúdos, muito mais que apenas a leitura;

Essencialmente, a web 2.0 não é a criação de uma tecnologia “técnica” da internet, mas o reconhecimento de uma tecnologia social da web. Falo em reconhecimento porque o termo surge como uma tentativa de denominar, no início da década passada, a mudança de paradigma de participação e uso da web.

O vídeo abaixo é curto e bastante ilustrativo da web 2.0.

 

Em artigo, aponto que:

 

 

Definir a Web 2.0 não é uma tarefa simples, uma vez que não se trata de uma atualização técnica da internet. Além disso, ela não pode ser marcada por um acontecimento histórico específico. Em outras palavras, não é possível apontar uma tecnologia ou uma data específica para o seu começo (BARROS, 2009).

A numeração 2.0 sugere uma atualização de versão, assim como acontece comumente com softwares. No entanto, conforme discutiremos, a passagem do que consideramos Web 1.0 para a 2.0 está relacionada à compreensão de mudança de paradigmas de formas de acesso, uso, participação e interação na internet (ERCÍLIA & GRAEFF, 2008; GABRIEL, 2010; TORI,2010).

A web 2.0 não deve ser confundida com as tecnologias e velocidades de conexão a internet (ADSL, cabo, 3G, por exemplo). Em outras palavras, a compreensão de web 2.0 não está relacionada ao acesso à internet na chamada banda larga, com conexões mais rápidas e contínuas.

Esta é uma confusão comum, já que esta denominação começou a se popularizar de forma um tanto quanto paralela à expansão da internet em alta velocidade nas residências.

Embora a web 2.0 não se trate de hardware ou tecnologia de acesso à internet, o desenvolvimento destes auxiliaram a criar condições favoráveis para a Web 2.0. Valente e Mattar (2007) reconhecem que a banda larga foi um dos fatores que possibilitaram a viabilização da Web 2.0.

 

Quer saber mais sobre a web 2.0? Sugiro este artigo:

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Web 2.0 e materiais didáticos de línguas: reflexões necessárias. Cadernos do CNLF (CiFEFil), v. XV, p. 1017-1025, 2011. Acesse o artigo aqui!

 

(Aviso: O conteúdo desta página pode ser editado, modificado, atualizado e revisto periodicamente. Volte com frequência.)

 

O que é Internetês?

Provavelmente ao perguntar muita gente sobre a relação entre a internet e a linguagem, o internetês deve ser o termo mais popular. Muitos já devem ter ouvido reclamações de pessoas que escrevem fora da internet da mesma forma que na internet, geralmente fazendo uso de abreviações, trocas de letras, mudanças sintáticas, combinações de caracteres para indicar algum sentimento ou reação, como estes 🙂 ou ;).

O uso mais popular do internetês era a “linguagem” de comunicação rápida, informal e abreviada em bate-papos, aplicativos de mensagens e blogs. Alguns autores apontam o termo bloguês.  Os dois termos indicariam, como neologismo, a língua da internet e dos blogs.

Vilaça e Araújo (2012, p. 65 e 66) apontam que:

Algumas características do Internetês são abreviações (msg, bjs ou bjus, por exemplo),  maior proximidade com a pronúncia (kadê, adoru ao invés de cadê e adoro), uso de  estrangeirismo (me add, para adicione-me), siglas a partir do inglês (BTW para by the way;  ASAP para as soon as possible).  Além disso, é empregado para expressar emoções (LAJOLO e ZILBERMAN, 2009),  aspecto evidenciado pelo uso comum de caracteres para “produzir” desenhos (para indicar tristeza – 🙁  ) e o uso de emoticons (figuras simples de rostos que indicam emoções)  (FONTES, 2007).

Dessa forma, é possível compreender que o Internetês tem por finalidade básica  promover uma escrita (digitação) mais rápida. Ele pode ser encontrado com maior frequência
em salas de bate papo (chat), fóruns, em mensagens de textos por celulares e em redes sociais.  Lajolo e Zilberman (2009, p. 31) explicam que “transplantada para a tela, a escrita, que
sempre procurou acompanhar a fala, oferece novas possibilidades de reproduzir a oralidade,  infringindo normas cristalizadas dessa representação.”

 

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa ; ARAUJO, E. V. F. . Questões de comunicação na era digital: tecnologia, cibercultura e linguagem. Revista e-scrita: revista do curso de Letras da UNIABEU, v. 3, p. 58-72, 2012.

Acesse o artigo da citação acima aqui. 

 

 

Leitura Digital: Desafios e Perspectivas de Textos em Suportes On-Line

Imagem: Pixabay

LEITURA DIGITAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE TEXTOS EM SUPORTES ON-LINE

Elaine Vasquez Ferreira de Araujo (UNIGRANRIO)

Márcio Luiz Corrêa Vilaça (UNIGRANRIO)

 

A presença das tecnologias digitais e a prática de leitura mediada por diversos dispositivos têm influenciado na forma como as pessoas produzem e leem textos na atualidade. Reconhecendo a relevância de discussões neste campo, este trabalho tem como objetivo abordar especificidades de textos que circulam no contexto digital, além de discutir as competências linguísticas e habilidades que são necessárias ao leitor digital na atualidade, com o intuito de construir significado em diferentes formas textuais e no entrelaçamento de diferentes linguagens. Neste sentido, o presente artigo dialoga com autores e pesquisadores como Antônio Carlos Xavier, Charles Bazerman, Ingedore Grunfeld Villaça Koch, Ingedore Grunfeld Villaça Koch e Vanda Maria Elias, Lucia Santaella, Luiz Antonio Marcuschi e Roxane Helena Rodrigues Rojo, apenas para ilustrar.

Palavras-chave: Internet. Competência linguística. Leitor digital. Tecnologias digitais.

Os textos, sejam orais ou escritos, são onipresentes em nossa vida cotidiana. A todo tempo elaboramos bilhetes, enviamos mensagens no celular, escrevemos um convite de aniversário, lemos uma notícia de jornal, contamos um resumo de um filme que assistimos, fazemos uma lista de compras etc. Se tais práticas parecem tão rotineiras e amplamente reconhecidas e dominadas, no cenário atual, o fato de que muitas práticas discursivas ocorrem por meio das tecnologias digitais demanda atenção, reflexão e estudo. Afinal, não se trata apenas de deslocamento do lugar da interação, mas envolve um amplo e complexo conjunto de especificidades. Em outras palavras, podemos questionar até que ponto estamos preparados para participar de práticas discursivas digitais. O reconhecimento desta realidade salienta a relevância de discutir as questões que orientam este trabalho. É possível afirmar que os textos que circulam no meio digital ainda são, de modo geral, fundamentalmente baseados na escrita, assim como os textos que circulam no meio impresso. No entanto, apesar da
escrita continuar essencial na Internet, neste meio empregam-se mais semioses que no meio impresso, até mesmo por conta da interface interativa da Internet, novos modos interacionais e as possibilidades dos novos suportes, bem como em resposta à cultura digital.

O objetivo do presente trabalho é abordar especificidades de textos que circulam no contexto digital, além de discutir as competências linguísticas e habilidades que são necessárias ao leitor digital na atualidade.

 

 Acesse o artigo completo aqui!