livros didáticos
Tecnologias Digitais e Livros Didáticos
As tecnologias digitais têm influenciado diferentes aspectos da educação. A Educação a Distância online talvez seja o ponto mais visível ou fácil de recordar em primeiro instante. No entanto, inegavelmente há uma amplitude bem maior de elementos, que inclui os dispositivos empregados em aula, os ambientes virtuais de aprendizagem, as ferramentas de comunicação, ferramentas e aplicativos de autoria e tutoria…
Não podemos esquecer, no entanto, que a cultura digital também tem relações com os livros didáticos. Isto ocorre de formas diferentes: publicações em e-book, gêneros textuais digitais, links para estudo e pesquisas…
Em trabalho sobre livros didáticos de línguas e tecnologia, aponto:
Apesar de todos os avanços tecnológicos, os livros didáticos ainda são as ferramentas mais empregadas nas salas de aula. No caso do Brasil, contribuem significativamente para isto: o Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), custo das tecnologias digitais, e infraestrutura das escolas, sem fazer uma lista extensa. Embora muitas escolas já possuam laboratórios de informática e empreguem mais recursos tecnológicos como televisores, computadores, projetores, internet, é o livro didático que exerce presença mais constante nas práticas pedagógicas, principalmente no espaço pedagógico delimitado pelas paredes das salas de aulas (VILAÇA, 2009; DIAS, 2009).
É necessário reconhecer que notebooks, tablets, entre outros dispositivos, já podem ser encontrados em muitas salas de aula e são apontados como “tendências” para a educação dos próximos anos. No entanto, o livro didático ainda representa, sem dúvida, a realidade presente mais evidente no cenário educacional nacional. Nos diferentes níveis e esferas educacionais, a presença, o uso e a presença da tecnologia não ocorrem de forma uniforme. Questões econômicas, sociais e políticas públicas estão entre alguns dos fatores que entram em cena para criar uma diversidade tecnológica na educação.
Neste artigo, discuto alguns pontos que podem ser levados em consideração na análise e na avaliação de livros didáticos:
No cenário atual, a tecnologia apresenta novos aspectos que devem ser considerados na avaliação de livros didáticos, tais como:
Novos conteúdos gerados pela tecnologia – como os gêneros textuais digitais;
Materiais que acompanham os livros didáticos;
Sites e atividades online dos livros;
Emprego da internet como fonte de pesquisa sobre conteúdos;
Uso da internet para realização de atividades que ampliam o estudo da língua;
Adequação ao letramento digital de professores e alunos;
Produção de textos na internet;
Leitura na internet;
Integração com redes sociais ou outros tipos de serviços que exercem forte apelo hoje;
Embora o artigo tenha o foco nos livros didáticos de línguas, algumas discussões podem contribuir para reflexões sobre livros didáticos de diferentes áreas.
O artigo completo está disponível para download:
Livros Didáticos de Línguas e as Novas Tecnologias: Reflexões e Questões para Avaliação e Análise.
VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. Livros Didáticos de Línguas e as Novas Tecnologias: Reflexões e Questões para Avaliação e Análise. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades, v. 38, p. 80, 2013. Acesse o artigo aqui!
Resumo: As tecnologias de Informação e Comunicação têm trazido diferentes tópicos para discussão em Educação, que incluem o uso de ferramentas digital, novos letramentos, gêneros digitais e formação de professores. Este trabalho apresenta algumas questões relacionadas a implicações da tecnologia e da cibercultura na análise de livros didáticos no ensino de línguas.
Palavras chaves: tecnologia, cibercultura, Ensino de línguas, livros didáticos
Abstract: Information and Communication Technologies have brought different topics to discussion in Education, including the use of digital tools, new literacies, digital genres, and teacher education and training. This paper presents some issues related to the implications of technology and cyberculture on the processes of analysis of coursebooks in language teaching.
Keywords: tecnhology, cyberculture, language teaching, coursebooks
É crescente a quantidade de discussões nos últimos anos sobre relações entre tecnologia e educação. Em publicações, podemos encontrar uma diversidade de trabalhos que apontam “mudanças”, “possibilidades” “impactos” e, consequentemente, “desafios” para a escola e para os professores. Em parte, isto se deve não apenas ao maior emprego de dispositivos digitais nas salas de aula e ao intenso crescimento da educação a distância (MATTAR, 2012), mas também ao reconhecimento de que a tecnologia tem afetado e ressignificado diversas práticas sociais (CASTELLS, 2003; LÉVY, 2010) e, por conseguinte, os processos de ensino-aprendizagem (KENSKI, 2012; FANTIN e RIVOLTELLA, 2012; GABRIEL, 2013) e a formação de professores (FREITAS, 2009) para esta sociedade da informação, cada vez mais digital.
Neste cenário complexo e abrangente, é natural que alguns temas sejam abordados com maior frequência na literatura que outros, tanto em discussões disciplinares (baseados em disciplina específica ou foco mais delimitado- como na Linguística e na Pedagogia) quanto em interdisciplinares. Podemos citar educação a distância, cibercultura, letramento digital, formação tecnológica de professores e uso da tecnologia em sala de aula, como alguns dos temas de razoável popularidade em publicações nos últimos anos.
Por outro lado, outros temas são abordados ainda com pequena frequência, correndo o risco de passarem “despercebidos”, “desprestigiados” e não receberem a devida atenção necessária. Neste caso, é possível apontar os livros didáticos e as discussões de gêneros textuais digitais em materiais didáticos e na educação a distância (EaD).
Web 2.0 e materiais didáticos de línguas: reflexões necessárias
VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Web 2.0 e materiais didáticos de línguas: reflexões necessárias. Cadernos do CNLF (CiFEFil), v. XV, p. 1017-1025, 2011.
Definir a Web 2.0 não é uma tarefa simples, uma vez que não se trata de uma atualização técnica da internet. Além disso, ela não pode ser marcada por um acontecimento histórico específico. Em outras palavras, não é possível apontar uma tecnologia ou uma data específica para o seu começo (BARROS, 2009).
A numeração 2.0 sugere uma atualização de versão, assim como acontece comumente com softwares. No entanto, conforme discutiremos, a passagem do que consideramos Web 1.0 para a 2.0 está relacionada à compreensão de mudança de paradigmas de formas de acesso, uso, participação e interação na internet (ERCÍLIA & GRAEFF, 2008; GABRIEL, 2010; TORI, 2010).
A web 2.0 não deve ser confundida com as tecnologias e velocidades de conexão a internet (ADSL, cabo, 3G, por exemplo). Em outras palavras, a compreensão de web 2.0 não está relacionada ao acesso à internet na chamada banda larga, com conexões mais rápidas e contínuas. Esta é uma confusão comum, já que esta denominação começou a se popularizar de forma um tanto quanto paralela à expansão da internet em alta velocidade nas residências.
O que é Web 2.0?
Web 2.0 é um termo que se refere à compreensão de formas de participação e interação na internet, caracterizada por papéis ativos, publicação e compartilhamento de conteúdos, redes sociais, computação nas nuvens. Ou seja, em termo gerais, o usuário deixa de “apenas” consumir conteúdos, mas passa a produzir, comentar, compartilhar, influenciar pessoa, produtos e marcas, dialogar ativamente.
O termo não se refere a uma especificação técnica da internet ou à conexão em banda larga. A caracterização da web 2.0 tem relação com aspectos sociais e interacionais. Ela surge da observação de mudanças de comportamento e formas de participação dos usuários. Trata-se de um dos conceitos mais importantes para entender a cultura digital e as transformações comunicacionais e interacionais relacionadas ao uso intenso dos dispositivos digitais e da web.
Algumas características marcantes da web 2.0 incluem:
- publicação e compartilhamento de conteúdos;
- maior nível de participação na web, como produtor de textos e conteúdos diversos;
- intensificação de vínculos sociais pela web, da qual as redes sociais são o grande exemplo;
- desenvolvimento de sites dinâmicos, responsivos e para realização de uma série de atividades sociais;
- a computação nas nuvens – saiba mais aqui;
- a web passa a ser um espaço para manifestação de vozes, interesses, críticas sociais, criação de conteúdos, muito mais que apenas a leitura;
No artigo WEB 2.0 E MATERIAIS DIDÁTICOS DE LÍNGUAS: REFLEXÕES NECESSÁRIAS, explico que:
Definir a Web 2.0 não é uma tarefa simples, uma vez que não se trata de uma atualização técnica da internet. Além disso, ela não pode ser marcada por um acontecimento histórico específico. Em outras palavras, não é possível apontar uma tecnologia ou uma data específica para o seu começo (BARROS, 2009).
A numeração 2.0 sugere uma atualização de versão, assim como acontece comumente com softwares. No entanto, conforme discutiremos, a passagem do que consideramos Web 1.0 para a 2.0 está relacionada à compreensão de mudança de paradigmas de formas de acesso, uso, participação e interação na internet (ERCÍLIA & GRAEFF, 2008; GABRIEL, 2010; TORI,2010).
A web 2.0 não deve ser confundida com as tecnologias e velocidades de conexão a internet (ADSL, cabo, 3G, por exemplo). Em outras palavras, a compreensão de web 2.0 não está relacionada ao acesso à internet na chamada banda larga, com conexões mais rápidas e contínuas.
Esta é uma confusão comum, já que esta denominação começou a se popularizar de forma um tanto quanto paralela à expansão da internet em alta velocidade nas residências.
Embora a web 2.0 não se trate de hardware ou tecnologia de acesso à internet, o desenvolvimento destes auxiliaram a criar condições favoráveis para a Web 2.0. Valente e Mattar (2007) reconhecem que a banda larga foi um dos fatores que possibilitaram a viabilização da Web 2.0.
VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Web 2.0 e materiais didáticos de línguas: reflexões necessárias. Cadernos do CNLF (CiFEFil), v. XV, p. 1017-1025, 2011. Acesse o artigo aqui!
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Tecnologias e Livros Didáticos de Línguas: Novas Possibilidades, Novos Desafios
Artigo: VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Tecnologias e Livros Didáticos de Línguas: Novas Possibilidades, Novos Desafios. Cadernos do CNLF (CiFEFil), v. XVI, p. 1202-1210, 2012.
Este trabalho apresenta brevemente algumas discussões relacionadas à interação entre tecnologia e educação, defendendo que os livros didáticos de línguas (estrangeiras e maternas) precisam estar atentos às novas demandas, o que evidentemente implica em novos desafios para editoras, autores, professores. O foco principal está sobre a compreensão de novas possibilidades e, consequentemente, no reconhecimento de desafios decorrentes do crescente uso de novas TICs (tecnologias de comunicação e informação) em diferentes práticas e contextos sociais (BARROS, 2009; SANTAELLA, 2010), inclusive na escola, algo que não deve ser compreendido como restrito à educação a distância. Inicialmente o artigo destaca a proximidade tradicional entre tecnologia e o ensino de língua estrangeira, mais especificamente a língua inglesa. Em seguida, ao tratar do ensino de língua portuguesa, são apontados dois conceitos ainda desconhecidos de muitos professores: gêneros textuais digitais e letramento em contexto digital (letramento digital). Estes dois conceitos implicam em novos conteúdos para o ensino de língua materna, que devem ser considerados nos livros didáticos. Em seguida, é discutida convergência presencial-virtual, uma tendência educacional para os próximos anos.