Márcio Vilaça
Software para e-learning a partir do PowerPoint
O PowerPoint é um software muito poderoso e rico. Com frequência ele é criticado, mas o problema geralmente não é do software, mas de apresentações ruins, com muito texto, imagens distorcidas, falta de contraste entre o texto e a cor do fundo, problemas de legibilidade das letras e falta de harmonia visual.
O software quando bem usado pode criar materiais muito bonitos, ricos e diversificados. Com alguns programas, podemos transformar a apresentação do PowerPoint em material de e-learning com aparência profissional.
Muitos softwares para e-learning não são baratos, mas podemos encontrar uma opção gratuita, muito boa, apesar de ter limitações se comparadas com a versão mais completa, paga.
Aqui a sugestão é o iSpring Free:
100% Free eLearning Authoring Tool – iSpring Free (ispringsolutions.com)
Com ele, você pode facilmente transformar a sua apresentação de slide em material de e-learning. O programa é muito simples e objetivo. Basicamente ele exporta o PowerPoint para o formato Html5. Assim, ele pode ser disponibilizado em CD-Roms, sites, pen drives…
Software gratuito para gravação de telas e vídeos
Gravar tela é uma atividade interessante para as aulas em vídeo, mesmo quando o tópico não é um assunto de informática. É possível gravar apresentações, anotações com narrações, sua imagem com a webcam, entre várias possibilidades.
Para esta atividade, podemos encontrar programas de preços bem diversificados, mas também podemos encontrar alguns aplicativos gratuitos. Um aplicativo gratuito muito popular e completo para esta atividade é o Obs Studio:
Open Broadcaster Software®️ | OBS (obsproject.com)
Assim como outros softwares indicados neste site, este também tem versões compatíveis com o Windows, Linux e Mac.
O software é muito rico e pode também ser usado para alguns tipos de Lives, inclusive no Instagram.
Criando slideshows para as aulas – apresentações de fotos
Podemos usar softwares gratuitos para criar as apresentações de fotos, também popularmente chamadas de slideshows.
Em outro conteúdo do site, foram indicados sites nos quais é possível conseguir fotos gratuitas. Além disso, também é possível salvar os slides do PowerPoint como foto e criar uma apresentação em vídeos com slides, inserindo animações, transições, fundos sonoros e até narração.
Aqui também podemos encontrar uma opção gratuita e leve:
Ashampoo® Slideshow Studio 2019 – Crie apresentações deslumbrantes com facilidade
No site do desenvolvedor, é possível encontrar outras opções de programas gratuitos e muito úteis.
Editor de Vídeo gratuito para editar as aulas em vídeo
As aulas em vídeo se popularizaram muito por causa da pandemia. Elas são mais frequentemente gravadas com celulares e com webcams. No próprio celular é possível editar as videoaulas. No entanto, a gravação com a webcam pode ser uma excelente opção. Neste caso, é bom, sempre que possível, fazer alguma edição do vídeo antes da publicação. Na edição, é possível cortar partes, combinar vídeos e adicionar algum texto, inclusive o nove do professor.
A edição básica de vídeo não é uma tarefa muito complexa. Além disso, não é necessário comprar um software caro e avançado. Neste caso, até a curva de aprendizagem pode ser elevada e pode ser uma tarefa lenta em computadores mais antigos.
Podemos encontrar opções gratuitas, mais leve e fácil de usar. Uma destas alternativas é o OpenShot:
OpenShot Video Editor | Free, Open, and Award-Winning Video Editor for Linux, Mac, and Windows!
Ele tem versões para diferentes sistemas operacionais. É possível encontrar tutoriais no YouTube.
Software gratuito para materiais didáticos digitais
Com o crescimento da necessidade de criar materiais didáticos digitais, muitos professores podem se perguntar: existe algum software gratuito para que eu possa preparar materiais didáticos para as aulas? A resposta é sim. Logicamente depende do tipo de material que se pretende criar e como ele será disponibilizado.
Aqui uma sugestão de um software gratuito para diferentes sistemas operacionais:
Open eLearning – E-LEARNING AUTHORING TOOL
Com ele é possível criar diferentes tipos de materiais didáticos digitais, muitas vezes também chamados de e-learning.
No YouTube é possível encontrar exemplos de materiais e de tutoriais de como usar o Open E-Learning.
Fotos gratuitas para aulas e apresentações
Um mito sobre a internet é que o que encontramos nela está livre para uso. Na verdade, salvo sinalização clara no sentido oposto os conteúdos, incluindo fotos, figuras, vídeos e músicas são protegidos por direitos autorais.
No entanto, podemos encontrar vários sites nos quais podemos encontrar fotos gratuitas para aulas, materiais didáticos e apresentações.
Vejamos alguns destes sites:
Pixabay
Free Vectors, Stock Photos & PSD Downloads | Freepik
Beautiful Free Images & Pictures | Unsplash
As melhores fotos gratuitas · Pexels
Em cada um destes sites, verifique o tipo de licença e se há restrições de uso.
Direitos Autorais na Cultura Digital
Uma grande confusão relacionada à internet se refere aos direitos autorais. O tema , que é bastante complexo no mundo offline é ainda mais delicado na internet. A questão pode, entre outros aspectos, envolver a questão da autoria, o plágio, os direitos finaceiros decorrentes dos trabalhos e obras (chamados muitas vezes de direitos patrimoniais do autor ), licenças de usos (de softwares, serviços, vídeos, imagens…) os termos de uso e as limitações…
No que se refere ao plágio, alguns mecanismos de busca tentam identificá-los e “punir” os sites com queda de posicionamento em buscas. Além da questão de conteúdos copiados ou levemente adaptados, alguns usam tais conteúdos para acumular visitas ou views e lucrar. Assim, não se trata apenas de reproduzir conteúdos sem autorização ou citações ou referências aos autores, mas de ter fim de lucro com esta prática, seja por remuneração por anúncios nas páginas ou por gerar acesso e vender serviços, tanto no mundo online quanto no off-line.
Para dificultar a cópia de conteúdos, há scripts, extensões e plugins que tentam dificultar que textos e imagens sejam copiadas de sites e blogs. Estas, no entanto, não podem garantir completamente que um conteúdo seja copiado.
As licenças de uso devem ser observadas com bastante atenção para evitar possíveis problemas jurídicos. Há sites que indicam as suas políticas de direitos autorais. Copyright, Copyleft, Creative Commons, Domínio Público, Fair Play são alguns termos e conceitos que emergem neste contexto, influenciados por legislações e culturas diferentes.
Ao contrário do que muitos pensam, a internet não está isenta de direitos autorais. Trata-se, na verdade, de um mito. Também é importante salientar que a proteção dos direitos autorais não depende diretamente do registro dos conteúdos. Em outras palavras, não é obrigatório que um autor registre os seus conteúdos publicados em um site para que ele esteja protegido pela lei de direitos autorais (LDA). No entanto, o registro pode ser muito importante para ajudar a definir questões de autorias e direitos, até mesmo por facilitar identificar a antecedência da criação.
A verdade é que a questão é bastante complexa, polêmica e confusa. Em alguns casos, parece haver um desconforto falar sobre isso. Além disso, surgem mitos que algumas vezes são passados de uma pessoa para outra, como interpretações ou liberdades dos direitos autorais e que acabam por parecer ter algum suporte.
A lei precisa contemplar com clareza questões relacionadas às novas Tecnologias de Informação e Comunicação.
No caso do ensino e da pesquisa, aspectos relacionados à educação e divulgação acadêmica e científica também devem ser tratados com objetividade. O desconhecimento da lei não desobriga alguém de obedecê-la, mas os mitos e distorções podem contribuir para que pessoas desrespeitem os direitos autorais, confiantes de que não estão fazendo nada errado.
No campo da Educação a Distância, a preocupação com direitos autorais também requer grande atenção. Instituições, conteúdistas, designers instrucionais, professores, entre outros autores, devem ter em mente que cuidados com direitos autorais são necessários. Carmem Maia e João Mattar tratam brevemente desta questão no livro ABC da EaD. Podemos questionar se o crescimento na procura por conteudistas vem acompanhado por orientações básicas sobre direitos autorais. Caso contrário, poderemos presenciar nos próximos anos uma grande quantidade de processos e questionamentos autorais.
Para ajudar a entender um pouco melhor a questão, apresento alguns links interessantes sobre direitos autorais:
Lei de Direitos Autorais: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm
Site da Consulta Pública sobre Modernização da Lei de Direitos Autorais: http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/
Creative Commons : http://creativecommons.org/
Escritório de Direitos Autorais da Fundação da Biblioteca Nacional: http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=25
Creative Commons BR : http://www.creativecommons.org.br/
WordPress – criação de sites e blogs
O WordPress é outro sistema popular para criação de sites dinâmicos (www.wordpress.org). Trata-se de outros sistema open source de destaque. Provavelmente deve ser o mais popular. A sua popularidade se deu pelo seu uso básico: criar blogs. Muitos sites apresentam comparações entre o WordPress e o Joomla, uma tarefa dificil, até mesmo porque os dois sistemas possuem ampla quantidade de defensores.
As potencialidades do WordPress são ampliadas nas atualizações. Com isto, ele passa cada vez mais a ser considerado por muitos como um CMS ( Content Management System). Considerando as instalações básicas, o WordPress é ou, pelo menos era, teoricamente menos preparado para um Portal que o Joomla. No entanto, ele é geralmente a primeira opção para publicar blogs e para sites de notícias.
Se o Joomla possui milhares de extensões, o WordPress possui milhares de plugins que adicionam funcionalidades variadas ao sistema, possibilitando a construção de sites mais complexos.
Estima-se que aproximadamente 30% dos sites empreguem o WordPress. Ou seja, trata-se da plataforma mais popular.
É possível encontrar plug-ins que prometem transformar o WordPress em plataforma para serviços diferentes, inclusive fóruns, redes sociais, ambientes virtuais de aprendizagem…
Publicar um post no WordPress é simples como enviar um e-mail. Praticamente não tem curva de aprendizagem. A aprendizagem básica é quase que instantânea. Se no Joomla os conteúdos são chamados de artigos, no WordPress eles são chamados de posts.
Sem dúvida, a grande vantagem do WordPress é a simplicidade. É muito simples de publicar conteúdo, de fazer backup(exportar conteúdos), de atualizar, de revisar artigos, de ter conteúdos comentados ou avaliados… Para adicionar enquetes, é preciso instalar um plugin. Para ter as estatísticas de acesso, também.
Os plugins podem ser pesquisados e instalados de dentro do próprio WordPress. Convém sempre examinar as estatísticas, as avaliações e os comentários de quem já instalou o plugin desejado, sem contar com a compatibilidade com a versão do WordPress empregada.
Assim como o Joomla, o WordPress também está divido em duas áreas: backend e frontend. O backend do WordPress é mais objetivo e simples que o do Joomla. Nele, os administradores ou autores administram o sistema e escrevem os posts, que são organizados em categorias (assim como os artigos do Joomla). Um post pode pertencer a várias categorias ao mesmo tempo. Outras marcas do WordPress são as tags e o sistema que permite comentários dos leitores.
Os comentários podem ser publicados imediatamente ou com moderação. No segundo caso, o comentário é avaliado e aprovado por alguém para que ela seja liberada. É comum que o WordPress seja preparado para não aceitar comentários com palavrões ou outras palavras que podem ser insultos, propagandas ou links. Observe isto em sites de jornais online e notícias. Algumas vezes a palavra é digitada de forma diferente, abreviada ou segmentada para tentar burlar estes sistemas. Assim, muitas vezes é recomendado que a moderação seja feita de forma individual. No entanto, esta tarefa pode não ser viável dependendo da quantidade de comentários. É possível estabelecer que apenas usuários cadastrados no sistema possam publicar conteúdos.
A aparência no WordPress é estabelecida pelos temas, com milhares de opções gratuitas e pagas. Na maioria das vezes o design se baseia em duas ou três colunas.
Privacidade online e segurança
Considerando o crescente uso da internet em diversas práticas sociais, a privacidade merece muita atenção, até mesmo por questões de segurança (online e offline). É algo que está além de serviços mais “direcionados” ou “propaganda mais eficaz”, como muitas vezes argumentam aqueles que dizem que a maior privacidade é trocada por serviços melhores ou gratuitos. O preço não seria muito alto?
O usuário deve ser clara e explicitamente avisado e relembrado de questões de privacidade nos serviços online e nos dispositivos como smartphones e tablets. Se a privacidade no mundo offline é uma questão séria, ela também deve ser no mundo online. Mesmo em casos nos quais o usuário envia consciente e voluntariamente dados, estes dados devem ser mantidos em segurança.
Se o mundo offline tem diversas formas de sigilos assegurados tais como sigilo de correspondência, sigilo profissional, sigilo bancário, sigilo telefônico, entre outros possíveis, o mundo online ficaria isento de proteção à privacidade?
As empresas – online e offline – precisam ser responsabilizadas pela segurança dos dados e pelos usos que são feitos com estes.
Em síntese, o nível de privacidade deve ser avaliado e autorizado pelo usuário. Desta forma, as pessoas poderiam escolher o nível de exposição e privacidade que desejam, conforme suas necessidades e seus objetivos.
A “invasão” de privacidade não deve ser o “preço” da gratuidade de serviços ou de serviços mais customizados. Esta resposta parece ser simplista, querendo encerrar uma discussão que deve ser mais profunda e cuidadosa. A questão deve ser entendida como séria, não apenas na internet, mas nos dispositivos eletrônicos em geral, tais como celulares, smartphones, tablets…
Práticas sociais comuns são baseadas em permissões e escolhas. Se os sigilos telefônico, de correspondência, bancario, entre outros, são importantes, na vida online a privacidade não seria importante? Quando uma pessoa publica um post, um tweet, uma foto, um video, ela deve saber está tornando público este conteúdo (o nível de visibilidade depende de uma série de fatores – até mesmo de configurações).
No entanto, compreende-se, neste caso ,que o usuário está (ou pelo menos deveria estar) consciente disto e capaz de avaliar as consequências e os riscos. Trata-se de uma escolha. Além disso, muitos sistemas e serviços oferecem níveis de acesso, assim alguns conteúdos podem ficar visíveis apenas para amigos ou grupos restritos de pessoa.
A privacidade está intensamente relacionada à segurança – inclusive offline. Este talvez seja um fato que muitas vezes seja ignorado. O cruzamento e a integração de dados podem ampliar significativamente os riscos.
Em breve, retorno ao assunto. Enquanto isto, certamente poderemos encontrar em sites especializados e na mídia em geral notícias questionando a segurança de dados, o vazamento de informações, a vulnerabilidade de sistemas, questionamentos de políticas de privacidade…
A vida privada ainda não entrou em domínio público.
Tecnologia e educação: introdução à competência tecnológica para o ensino online.
VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa . Tecnologia e educação: introdução à competência tecnológica para o ensino online. Revista e-scrita: revista do curso de Letras da UNIABEU, v. 2, p. 113-122, 2011.
Resumo: O uso da tecnologia na educação, inclusive na educação a distância e ensino semipresencial, demanda novos papéis para professores. Este artigo enfoca o ensino em contextos online, destacando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para a discussão de educação, tecnologia e língua. O foco deste trabalho está na discussão da importância de desenvolvimento da competência tecnológica de professores para a educação online.
Palavras chave: ensino online, tecnologia, formação de professores
Technology and education: introduction to technologic competence for online teaching Abstract: The use of technology in education, including distance learning and blended learning, demands new roles for teachers. This article focuses on teaching in online contexts, highlighting the necessity of an interdisciplinary approach to discuss education, technology and language in teacher education and training. The focus of this paper is on discussing the importance of developing teachers’ technological competence for online education.
Keywords: online teaching, technology, teacher education
O ensino online, da mesma forma que o presencial, requer o domínio da competência didática. O professor deve ser capaz de compreender abordagens, métodos, procedimentos e técnicas de ensino, considerando, neste caso, suas características, especificidades e possibilidades. Não se trata de uma “nova” didática, mas de conhecimentos e práticas que contemplem mais diretamente aspectos relacionados ao ensino mediado pela internet, como, por exemplo, a própria compreensão desta modalidade, da sua história e suas características.
Se já estamos acostumados às aulas presenciais, o ensino em contextos digitais ainda é uma novidade para a maioria. Se dominamos com facilidade os recursos e as formas de interação em salas de aulas presenciais, o mesmo não é verdade para as salas de aula virtuais.
Logo, podemos informalmente considerar que, na maioria das vezes, não temos “instintos básicos” para a interação e para a estudo online. Em outras palavras, a educação presencial nos remete à tradição, à uma cultura intensamente enraizada e, por consequência, algo já conhecido, compreendido e dominado. No entanto, o ensino online oferece geralmente a
sensação de novidade, inovação e desafio, e , por vezes, incertezas e inseguranças.